sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Epifania, ou Ar Frio



A cevada irônica preenche agora minhas veias
O vinho infinito escorre em minh’alma
Em uma terra de ar gelado teu calor é o que me falta

Sou todo etilismo saldado em meu chapéu
Mas tudo pelo que anseio é o seu sorriso perfeito de mágica
Colorido como as palavras que me escapam ao lembrar de ti, ó dádiva

Não tão raros, feito a lucidez etílica
São os saudosos lábios morenos
Inebriados e cambaleantes em caminhos já traçados
Protegidos pela Odisseia do amor e suor da noite fria

Dou-me nós ao mastro em angústia para as sereias da noite gelada
Tacitamente toda a lógica desfalece em uma epifania
Mais quente que o grito rábico que se anuncia
É o amor que enobrece uma tímida lágrima derramada

Branco como estes versos
São meus olhos ao se deleitarem no infinito
Além de orgulhosos como meus gestos
A mostrarem-te, morena, em imagens belas ao boêmio amigo

Belas são tuas lembranças lúcidas
Que chovem dentro de mim
Tortas são minhas andanças corsárias
Por você vou sair ao infindo em fim

A gordura no fogão perfuma o ar
Bem como o éter e o sal que escorrem dos poros
Eis que é proferido e destilado o palavrear
E por favor, não deixem morrer aqui:

“Por que a noite é tão fria?
Por que o meu amor está tão longe?
E por que a cerveja está tão gelada?”

Pois que seja, meu caro
E que não morra o calor
E que não se apague o amor

Pois que te saúdo, meu caro
Mais que tudo em noites de terras geladas
Embebidas em cervejas congeladas



Inspirado nos dizeres etílicos de Jardel Leite, em uma noite fria no carnaval de 2013, em Guaramiranga. E aqui está, sua frase não morreu, pelo menos pra mim, meu caro.
Abaixo o link do blog dele, deem uma conferida:

http://psicodelicus.blogspot.com

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